Ontem vi o Les 400 Coups.
A visão romântica, e ao mesmo tempo trágica, de Truffaut transparece para a câmara na perfeição. Este filme que nos lembra o que é ser criança, lembra-nos contudo também o que é querer ser adulto. Mas é uma infância especial, é a de Antoine Doinel, um sonhador que só quer ver filmes.
Não pude deixar de ficar com um sorriso na cara ao ver o filme, mas ainda assim Truffaut deixa-nos magoados com a história do petit Antoine Doinel, especialmente quando o vemos sozinho e meio perdido naquela praia.
O argumento e a visão única de François Truffaut, que realiza este filme de uma maneira genial, são acompanhadas por uma excelência nos outros aspectos técnicos e artísticos, como a fotografia de Henri Decae, a montagem de Marie-Joséphe Yoyotte e, em especial, a música de Jean Constantin. Ah e não posso esquecer o adorável Jean-Pierre Léaud que carrega o filme com uma ambiguidade incrível, o lado de criança e o lado adulto.
